terça-feira, 28 de agosto de 2012

Delirante




Ele aparecia casualmente, quase como uma miragem; e ela nunca sabia ao certo o que era real e o que era ilusão naquela imagem; mas ele aparecia para sugar a pouca energia que ainda tinha em sua alma.
            E apesar de todo o mal que lhe causava ela nutria uma paixão. Vez ou outra ela tentava, por conveniência, reprimir seus próprios sentimentos; porém não havia em suas atitudes, qualquer esforço ou vontade. Gostava da alegria incerta de sua ilusão doentia.
            Os efeitos que ele causava eram corrosivos. Ela queria morrer a cada instante em que ele não estava por perto e lamentava por nunca tê-lo por completo. E quando ela o via desejava morrer para que aquela fosse sua última visão.
            Ela morreria de toda forma, mergulhada em seu sonho delirante...

Imagem: Sarah Diamond

Nota: Fazia um tempinho que eu não postava crônicas narrativas por aqui. Essa, em especial, eu escrevi usando como inspiração uma anotação de mais ou menos um ano atrás.

4 comentários:

  1. Não sei bem porque, mas esse texto me lembra muito uma paixão que tive a uns anos atras...

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  2. Suas crônicas sempre me deixam com vontade de ler mais !

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  3. Oi Luan,
    Adorei o mini-conto, mas me lembrou um pouco os vampiros de alma, aqueles que sugam o que temos de melhor em nós.
    xoxo

    Gosto disto!

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  4. Nooossa, fiquei fascinada *o*
    Você escreve maravilhosamente bem *o*
    Poste mais sempre que puder. ;)
    Um super abraço .o/

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